segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Aquele barulho.

Eu tive dificuldade em perceber o que era. Quando ouvia aquele barulho não conseguia identificar. Era no andar de cima e acontecia muito raramente. Parecia que se arrastava algo de repente. Não havia horas pré-definidas ou marcadas. Acontecia quando eu não esperava. Um vez os meus pais vieram cá e eu gritei "ouçam, ouçam é isto!". Eles ficaram os dois a olhar para mim. Ficamos por aí. Aquilo acontecia cada vez mais e mais. Era mais frequente. Mas que "arrastar" era aquele tão rápido, quase que a correr. Um dia tive visitas. Outra vez o mesmo barulho. Eu novamente "é isto, é isto". As visitas nem vacilaram. "O teu vizinho de cima tem um gato". Tem agora um gato. Pensei. Ele é tão distraído. E não tem nada estilo de quem tem um gato. Como se fosse necessário ter estilo. Não o estou a ver a cuidar de um animal. Até me ria só do imaginar quando passava por ele! Noutro dia fui pôr o lixo. Estava lá areia para gatos. É impressionante ver o juízo que fazemos erradamente das pessoas. Confirma-se: o barulho que eu ouvia e que agora ouço cada vez com mais frequência é de um gato a correr pela casa. E sem o conhecer tou farta desse gato. É esse mesmo que ao sábado e ao domingo me acorda a correr pela casa fora como se eu fosse obrigada a acordar às suas horas. Farta. Farta. Farta.

1 comentário:

  1. O meu gato também anda a correr assim pela casa, mas felizmente não moro num prédio :) Quando morava, tinha vizinhos que arrastavam móveis todos, todos os dias!

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